(Nas grades de uma prisão
Numa negra solidão
Um pobre moço sofria
Seu rosto desfigurado
A cumprir seu triste fado
Dia e noite, noite e dia
Muitos anos se passou
Pobre moço não mudou
Na mesma cela vivia
De vez em quando chorava
Quando das grade ele olhava
Duas lágrimas corria
Um dia me aproximei
Do prisioneiro e falei
Vem me contá vossa dor
Ele veio pro meu lado
Com os olhos fundo, molhado
Chorando pra mim falou)
Na curva daquela estrada
Que lá na serra se vê
Foi lá que eu matei Maria
Meu amor, meu bem querê
Eu trabaiei muitos anos
Pra com ela me casá
Sempre pedindo a Maria
Pra ela não me enganá
No dia do casamento
Eu tinha ela ao meu lado
Só então é que eu fui vê
Que ela tinha me enganado
Na curva daquela estrada
Minha vingança eu tirei
Com dezoito punhalada
A Maria assassinei
Eu vinguei minha desonra
Mas ninguém me deu razão
E assim fui condenado
Trinta anos de prisão
Depois de um tempo passado
Numa noite chuvosa e fria
O prisioneiro morreu
E foi pro céu com Maria