Casal bem pobre com uma baita fiarada
Cada ano na ninhada aumenta mais um menino
Se a gente fala, oh! Fulano, vê se pára!
Ele responde de cara, o que? Isso é o destino
Pobre destino
Que destino mais ingrato
Todo mundo faz burrada
E o destino paga o pato
Homem que diz ser honesto e de valia
Foi preso quando batia a carteira de um grã-fino
Lá na cadeia desculpando-se ele diz
Não me prenda, seu juiz
(Mora seu doutor, isso é o destino)
Pobre destino
Que destino mais ingrato
Todo mundo faz burrada
E o destino paga o pato
O seu Genaro surpreende a sua fia
Namorando com o Josias, um caboclo nordestino
E o pobre moço na unha do italiano
Falou tremendo e suando
(Ô xente, a pois tu não vê que é o destino)
Pobre destino
Que destino mais ingrato
Todo mundo faz burrada
E o destino paga o pato
Seu Manoel, dono de uma padaria
Foi preso quando vendia aguardente prum menino
E o português já nas garras da polícia
Diz assim
(Não faça isso, raios que o parta
Tu não vê que é o destino, homem)
Pobre destino
Que destino mais ingrato
Todo mundo faz burrada
E o destino paga o pato
O Zé Medroso, de medo até gaguejava
Foi visto quando roubava as galinhas do Rufino
E o gaguinho lá de cima do poleiro
Diz pro dono do terreiro
(Isto é o de, de, destino)
Pobre destino
Que destino mais ingrato
Todo mundo faz burrada
E o destino paga o pato