A música me acompanha desde quando eu nasci
Eu comparo meu bem com a rosa, foi a primeira que ouvi
Eu comparo meu bem com a rosa
Que apanhada do pé desfolhou
Não há dor mais cruel neste mundo
Do que seja um desprezo de amor
Depois o tempo passou fiquei moço e numa festa
Cantei a primeira vez a valsa violão em seresta
Meu violão em seresta, à luz de um luar
A natureza em festa tudo parece cantar
Depois mudei pra cidade, e a canção derradeira
Que eu cantei pra minha amada foi o mourão da porteira
Lá no mourão esquerdo da porteira
Onde encontrei você pra despedi
Tem uma lembrança minha derradeira
Foi um versinho que eu nele escrevi
E aqui distante a saudade não sai de minha idéia
Recordando a minha terra escrevi paineira velha
Paineira velha, abandonada
Lá na estrada do meu sertão
Tem uma história do meu passado
Que está gravada no coração
Te conheci eras pequena
Em meio ao mato onde nasceu
Todas as tardes eu te regava
E assim depressa você cresceu
Depois de paineira velha todo o Brasil percorri
Quantos versos de amor até hoje eu escrevi
Recordando tudo isso minha lembrança é sem fim
Por isso escrevi lembrança cujos versos diz assim
Vai lembrança, não voltes mais
Para acalmar os meus ais
Neste dilema de dor
Vai para bem longe de mim
Não posso viver assim
Devo esquecer este amor