Sempre que havia uma festança no arraiá
O italiano leiloeiro não faltava na função
Lá no coreto entre patos e galinhas
O italiano leiloeiro dava início no leilão
(Quanto me dão pelo bode fedorento?
Dois contos de réis
Dois contos de réis, dou-lhe uma)
Conforme a cara e a coragem do freguês
Ele gritava dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três
Até a Sunta, a mulher do italiano
Ofereceu uma porca pro marido leiloar
E o italiano abraçado com a porca
Lá de cima do coreto não parava de gritar
(Quanto me dão pela porca da minha muié?
Três contos de réis
Três contos de réis, dou-lhe uma)
Conforme a cara e a coragem do freguês
Ele gritava dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três
Ele ensinou um papagaio a falar
Pra quando chegasse a festa botar ele no leilão
E o papagaio só falava, porco bóia!
E o italiano leiloava segurando ele na mão
(Quanto me dão pelo papagaio que fala porco bóia?
Quinhentos merréis
Quinhentos merréis, dou-lhe uma)
Conforme a cara e a coragem do freguês
Ele gritava dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três
Lá no coreto tinha patos e marrecos
E também uma galinha oferta de dona Rosa
E o italiano leiloando se esforçava
Para ver se arrematava a danada da penosa
(Quanto me dão pela galinha que bota quatro ovo por dia?
Oitocentos merréis
Oitocentos merréis, dou-lhe uma)
Conforme a cara e a coragem do freguês
Ele gritava dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três