(Naquele hospital fechada
Do mundo vive isolada
A bondosa irmã Maria
Em meio aos pobres indigentes
Encorajando os doentes
Dia e noite, noite e dia
Foi moça linda e querida
Teve um grande amor na vida
Que um dia lhe traiu
Era Pedro, um sedutor
Que jurando um falso amor
Enganou-a e fugiu
Cansada de sofrer tanto
Cobriu-se de um manto branco
Como as flores de cafezal
E para apagar seu erro
Do mundo fez um desterro
No fundo de um hospital
Mas depois de muitos anos
De amargura e desengano
Entre os doente a penar
Nunca pensava que a sorte
Reservasse outro golpe
Conforme lhe vou contar)
Quando a guerra convocou as enfermeira
Seguir breve para o campo de batalha
Se escreveu na Cruz Vermelha brasileira
Lá se foi irmã Maria para a Itália
E um dia entre os feridos gemendo
Ela viu com desespero e grande dor
Um soldado em gemido agonizando
Conheceu, era Pedro seu amor
Já rasgou seu manto branco como a neve
Para atar seu ferimento, mas não deu
Só deu tempo de pedir perdão a ela
Perdoado em seus braços faleceu
Veja como a sorte ingrata é caprichosa
Pois foi ele o causador dela sofrer
Quem diria que depois de muitos anos
Vinha ainda em seus braços falecer
Até hoje no hospital toda de branco
Noite e dia aliviando o sofredor
Agradece a Jesus por ter deixado
Nesta terra perdoar o seu amor